quinta-feira, 21 de julho de 2011

Liberdade tem seu preço

Quem luta por liberdade
Pra fugir da opressão
Quem cansou de obedecer
E aprendeu dizer não
Logo é discriminado
Preso morto esquartejado
È traidor da nação

Quem se acovarda no silencio
E tem medo de falar
Não contribui com a vida
È medroso no lutar
Quem ver e fica calado
Nunca irá ser lembrado
Não tem historia pra contar

Um passeio pela historia
Passo a lhe convidar
Vamos voltar ao passado
E de um grande herói falar
A história verdadeira
Inconfidência Mineira
Um pouco pra relembrar

Em 16 de agosto
Em 1746
Lá no sitio pombal
Filho de Um português
Nascia então Tiradentes
Pois este um inconfidente
Pagou com a vida o que fez

Domingos da Silva Santos
E Antônia da Encarnação
Tiveram seus 7 filhos
Uns padres, outro capitão
E assim foram vivendo
Suas estórias escrevendo
Nas páginas desta nação






4 Homens 3 mulheres
Eram os filhos do casal
Sem luxo e nem mordomias
Cada um com seu ideal
Todos seguiam na lida
Batalhando pela vida
Isso tudo era normal

Joaquim José da Silva
Xavier assim assinava
Desde cedo já queria
Ter a pátria que sonhava
Com luta e a tal liberdade
De completa igualdade
Isso muito almejava

Estatura acima da média
Corpo forte alourado
Tenteou ser minerador
Mas a sorte do coitado
Só lhe sorriu ao contrario
Trabalhou como comissário
E não teve bom resultado

Sua vida era de luta
E a primeira prisão
Por causa de um escravo
Que apanhava do patrão
Ele não pestanejou
E agrediu o mercador
Com luta de rolar no chão

Isso me fez lembrar Moisés
Também com ele aconteceu
Livrou da surra um escravo
Que era do povo hebreu
Ele matou o agressor
Tornou-se então desertor
Há milênios aconteceu







Quando tinha 30 anos
Ingressa na vida militar
Lá na 6ª companhia
Posto de alferes a ingressar
Foi construtor de estrada
Lutou contra a bandidada
Contrabandistas do lugar

Entre funções acumuladas
Tropeiro, minerador, dentista.
Por isso apelido Tiradentes
Labores de luta e conquista
Alferes era um soldado
Naquele tempo passado
Assim diz o cordelista

Poderia nosso herói
Um lutador Brasileiro
Ter vivido mais um pouco
O seu sonho verdadeiro
Morreu aos 46
A sua historia se fez
No rico solo mineiro

Há quantos anos atrás
Essa história se passou
Aprendemos na escola
O que alguém nos informou
Pena que não contaram tudo
Pois o real conteúdo
O Ensinador não revelou

Quantos, pois nesta vida.
Sonham com a liberdade
De sermos independentes
Viver com dignidade
Não depender de forasteiro
Que massacram por dinheiro
De um povo a felicidade









Nossa ordem e progresso
Que era o sonho almejado
Pela imposição de alguns
Já está ameaçado
Querem mandar neste país
Agente pensa que é feliz
Estamos sendo vigiado

E isso não é de agora
Vem desde 1500
Quando veio alguém de fora
Diz que fez descobrimento
Escravizaram nossa gente
Pobre povo inocente
Já começou com sofrimento

Quem tentou se levantar
Rapidinho logo caiu
Taparam a boca com uma corda
Baioneta ou fuzil
Querem que eu seja mudo
Não se deve falar tudo
O que fizeram com o Brasil

Minério, ouro pau Brasil.
Isso não existe mais
Mataram serra pelada
Assassinaram Carajás
Quem dera recomeçar
De forma certa rimar
Entre esses tantos ais

Devo sei e já não posso
De jeito nenhum negar
Mas com sacrifício do povo
Eu nunca vou lhe pagar
Com sofrimento eterno
Vá pro quinto do inferno
Sumam do nosso lugar










Quantos Joaquins Silvérios
Dos Reis ainda existem
Infiltrados pesquisando
A vida dos que resistem
No trabalho, nas escolas.
Trocam vidas por esmolas
E as verdades omitem

Voltemos á Tiradentes
Da sua luta falar
Esquartejaram o sonhador
Mas não o dom de sonhar
Ai se o povo fosse unido
Nós já teríamos banido
Quem vive a nos explorar

Estamos sendo alienados
Todo dia e a toda hora
Impedidos de pensar
E a televisão implora
Dizendo ao nosso povo
VALE A PENA VER DE NOVO
Isso sim me apavora

Os desejos mais absurdos
Que nós podermos sonhar
Sabemos a importância
Ninguém pode imaginar
O tamanho desses sonhos
Podem parecer medonhos
Mas hão de se realizar

Obrigado Tiradentes
Pela lição ensinada
219 anos passaram
Aqui estamos na estrada
Sonhando outros ideais
Esquecer você? Jamais
A historia está registrada.








Mais uma vez agradecemos
Tu serás sempre lembrado
E por falar em liberdade
Zumbi também foi maltratado
Quem quer promover mudança
Na corda o corpo balança
E acaba sendo enforcado

E com Getúlio foi suicídio
Com Juscelino acidente?
Se Jânio não renunciasse
A chapa ficava quente
Deus me livre meu amigo
Não quero correr perigo
Tampouco ser presidente

Chico Mendes e a Dorothy
José Claudio e Maria
Quantos lutadores foram
Tragados na covardia
Jamais devemos deixar
De sonhar e acreditar
No brilho de um novo dia

Vou registrar outros versos
Cecilia Meireles Registrou
ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA
Veja o que ela assinalou
Em Homenagem a Tiradentes
De todos os inconfidentes
Foi assim que ela versou

“Já vão subindo os algozes
Com duros passos na escada
No bacamarte que empunha
Há quatro dedos de chumbo
Porém não dispara nada

Tanto tempo na masmorra!
Tanta coisa mal contada!
Os outros tem privilégios
Amigos, ouro, parentes...
Só ele é que não tem nada”

Ref: Cecilia Meireles – obra poética, Ed.Nova Aguilar, Rio de Janeiro.




Caros amigos leitores
Apreciem sua historia
Rebusque toda matéria
Leia e puxe na memoria
O nosso herói do passado
Sua luta honra e gloria

Seja um bom lutador
Invista no seu saber
Lute com os pés no chão
Vitoria virá então
Acredite pra valer


Carlos Silva é poeta cantor e compositor Paulistano, criado nas cidades de Nova Soure e Itamira Município de Aporá.
Leva a cultura popular através dos seus versos e canções pelo Brasil afora, difundindo a arte desse povo que tem arte até no falar.
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