quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

UMA CHANCE PARA A ARTE

Quero dar-me uma chance para entender-me.
Desnudar-me das castigantes duvidas atreladas as minhas costas carregadas de dubiabilidades. Vale a pena ser poeta???

Desbrilhar o opaco das vistas “endoidecendo este computador por não reconhecer as minhas inventadas palavras para expressar-me” e incendiar-me num alvor menos triste e decepcionante.

Perfurar o oco do intransponivel e nos peitos quebrar as barreiras tantas que me desnutrem do novo entender.

Desofuscar a retina retida na escuridão do não ver e ter a chance para entender-me numa clara aurora vindoura.

Deturpam meus versos, meus escritos, descozinham meus tantos sonhos, mas embalam seus corpos em ritmos erotizados, jogando seus lixos vocálicos aos meus ouvidos.
A turba segue remexendo sua inteligencia em Bundalidades, e agredidas sendo aos mais baixos (talvez merecido) titulos zoonizados como CACHORRA.
Quero dar-me uma chance para entender a minha indagação insistente:
Para que escrever os meus poemas e cantar as minhas autorais musicas, se a retina do mundo nem está nem ai para o que escrevo e canto?

POESIA AO VENTO INAUDIVEL

Exposto estou aos olhos de muitos cegos, gritando cultura para ouvidos moucos e parindo a fome da poesia para “desalimentados” seres.
Sucateando rimas, reinvento a filologia dos descultos, desletrados e “desbrasileirizados” senhores que nas mãos incultas, ocultam as chaves e portas e não me deixam entrar.
Também, quem manda carregar no lombo o comum sobre nome SILVA?

As mãos, que antes manejavam. Foice, estrovenga e enxada, agoram empunham um violão que muitos sonham vê-lo desafinar pelo ostracismo.
A voz, que em outrora gritava nas feiras livres vendendo bananas em pencas, duzias r centos de laranjas, hoje entoa cantiga,declama versos e fala de cultura, mas chora calado por saber que muitos cegos negam-se ver e que ouvidos moucos tapados pelos descasos negam ouvir os versos do vate cantador.

Eu ainda insisto, pois existo mesmo que a minha arte,não seja “OLOFOTADA” como a vaidade gostaria que fosse, mas que simplesmente sobe feito fumaça em aspirais e se perdem ao vento de tantos egoistas.

Todavia, espero que a cegueira também se perca e notem a gramatologia aplicada nestes versos cantados e que os ouvidos destapem um dia e possam ouvir a arte que hoje em musica eu (insistentemente) canto num canto solitário e esperançoso.


Carlos Silva é poeta,cantador, compositor e teimoso.

www.carlossilva.com.br
http://itamira.blogspot.com

Membro da Academia Mundial dos Escritores vivos e insistentes em viver.